terça-feira, 30 de março de 2010

Adeus ao poeta da crônica

O Brasil perde não só um jornalista, mas também uma memória viva da historia recente do pais.

Dono de 60 anos de uma carreira invejável, feitos inesquecíveis e expressões que entraram para a história .Armando Nogueira, acreano com alma carioca, integra uma espécie de santíssima trindade da crônica esportiva nacional, ao lado dos irmãos Mário Filho e Nelson Rodrigues. Cada um, a seu modo, ajudou a revolucionar os textos até então desprovidos de emoção e lirismo com que o mais popular dos esportes era tratado, dando dignidade e poesia a uma prática que sempre fez do movimento sua própria razão de ser e igualando no pedestal dos heróis personagens como o Rei Pelé e o homem comum da arquibancada.

Quinze Copas do Mundo foram acompanhadas ao vivo pelo olhar atento de Armando. Desde a de 1950, no Brasil, no início de uma carreira que registra passagens pelos principais órgãos de imprensa do país, entre eles a revista O Cruzeiro, dos Diários Associados. Do JB, em fins dos anos 1960, partiu para a consolidação do jornalismo da Rede Globo, sem deixar de acompanhar in loco os principais eventos esportivos, sobretudo Mundiais e Olimpíadas.

Em 1990, retomou em vários jornais a coluna Na grande área, até que a doença o vencesse. Apaixonado pelo esporte, publicou 10 livros sobre o assunto: Drama e glória dos bicampeões (com Araújo Netto), Na grande área, Bola na rede, O homem e a bola, Bola de cristal, O voo das gazelas, A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (com Jô Soares e Roberto Muylaert), O canto dos meus amores, A chama que não se apaga e A ginga e o jogo.

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