sexta-feira, 20 de junho de 2008

Deu na imprensa!

PT ainda não sabe o que fazer em BH - Estado de Minas
Reunião da Executiva Nacional que deveria decidir se a posição contrária à aliança seria revista ou se haveria intervenção no Diretório, mais uma vez não definiu nenhuma ação

O PT dá sinais de que não sabe o que fazer com a aliança com PSB e PSDB em Belo Horizonte. Em reunião da Executiva Nacional ontem, o partido não acatou o pedido da direção municipal para que reconsiderasse a decisão de barrar a participação dos tucanos na coligação, mas também não aprovou o pedido de intervenção preventiva feito pela esquerda petista e pelo grupo ligado ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Por orientação do presidente do partido, Ricardo Berzoini, a maioria da Executiva decidiu esperar o resultado da convenção do PT amanhã. Até a convenção do PSB, marcada para dia 29, a direção municipal do PT será monitorada. Se o PSDB for incluído na coligação, poderá haver intervenção no diretório no dia 30. Um estudo jurídico para viabilizar a candidatura própria do partido já está pronto.


A aliança em Belo Horizonte só seria discutida pela Executiva na semana que vem, depois da convenção municipal, mas a representação feita pelo ex-deputado estadual Rogério Correia – acompanhado, entre outros, pelo filho de Patrus, Pedro Victer – acabou provocando a discussão, colocando a capital mineira como primeiro ponto da pauta da reunião que pretende discutir até o final da tarde de hoje pedidos de coligação com partidos que não fazem parte da base aliada do governo Lula em outras 21 cidades. O grupo do prefeito Fernando Pimentel, favorável à aliança, não foi comunicado da inversão de pauta. O deputado federal Miguel Corrêa Jr. e o deputado estadual Roberto Carvalho – candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Márcio Lacerda (PSB) – desembarcaram em Brasília depois das 18h, quando a Executiva já havia tomado a decisão.

O presidente do PT, Ricardo Berzoini, começou a reunião informando o resultado do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes do PT, PSB, PCdoB e PDT, terça-feira, confirmando que Lula fez um apelo para que os quatro partidos estivessem juntos nas eleições para as prefeituras de São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Em seguida, comemorou a decisão do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que aceitou ser o candidato a vice-prefeito na chapa da ex-ministra do Turismo Marta Suplicy na capital paulista (leia mais na página 4). Depois de reafirmar que apoiava a decisão unânime do Diretório Municipal do Rio de não retirar a candidatura do deputado estadual Alessandro Molon, em apoio à candidatura de Jandira Feghali (como queria Lula), Berzoini afirmou que em Belo Horizonte estava mantido o impasse.

O secretário de Comunicação do partido, Gleber Naime, foi o encarregado de defender a representação que pedia a adoção de medidas preventivas “para preservar a identidade política e programática” do partido. O argumento é de que, diante das recentes declarações feitas por Pimentel e pelo governador Aécio Neves de que estarão juntos no apoio a Lacerda, independentemente da decisão dos seus partidos, “torna-se crucial a adoção de medidas preventivas”, que evitem que a convenção oficial do PT deixe de excluir o PSDB. Coube ao secretário Nacional de Assuntos Institucionais, Romênio Pereira, a defesa da resolução aprovada pela Executiva Municipal anteontem. “Levando em conta essa nova postura e em consonância com o espírito da entrevista concedida pelo presidente Lula, apelamos à direção nacional que reconsidere sua posição”, diz o texto.

Não houve votação. A maioria da Executiva acabou atendendo à orientação de Berzoini de não tomar partido por nenhuma das duas posições, mas manter-se alerta aos próximos passos da direção municipal. Um paulista que faz parte da Executiva Nacional resumiu assim a decisão de ontem: “O Berzoini poderia ter resolvido, mas não quis resolver”. Nos bastidores, a informação é de que o presidente Lula continua empenhado em solucionar a questão em Belo Horizonte. Ele teria pedido a Berzoini que avisasse aos membros da Executiva que passará o fim de semana em Brasília, à disposição de qualquer líder que queira conversar sobre a aliança.

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