terça-feira, 24 de junho de 2008

Deu na imprensa!

Ensino na escuridão
Alunos da Escola Caio Nelson de Sena, em BH, protestam contra o péssimo estado da rede elétrica, que não permite ligar computadores, nem mesmo ver as lições no quadro

A professora passa o dever de casa, mas as crianças não conseguem enxergar, principalmente no fim da tarde e em dias nublados. Não há luz elétrica na biblioteca, nem em três das 10 salas de aula ou nos banheiros da Escola Estadual Caio Nelson de Sena, no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte.


A situação, causada pela fiação condenada e total falta de recursos, levou cerca de 400 alunos do turno da tarde ontem à porta da escola, observados por algumas mães, com cartazes pedindo providências. “Sem luz não dá para brilhar”, diz o papel sustentado por Kennedy Marques Maia, de 12 anos, aluno da 5ª série. “À tarde fica muito ruim para quem senta atrás, como eu”, reclama. O laboratório de informática foi reformado e ganhou quatro computadores, totalizando 10, mas a inauguração ainda não ocorreu por medo de que os micros ligados causem uma pane geral. Segundo a vice-diretora, Ana Angélica Belezia de Oliveira, não se tem notícia de troca geral do sistema elétrico. “Como não temos dinheiro, apenas gambiarras são feitas.” Em fevereiro, quando os alunos voltaram das férias, metade das luzes não acendia e as chaves se desligavam quando muitos aparelhos eram acionados. Preocupada, a direção da escola contratou um engenheiro elétrico, que fez um diagnóstico desastroso. Não adiantava mais fazer remendos ou puxadinhos. “O jeito é trocar tudo, porque continuar improvisando pode levar até a um incêndio”, explica o responsável por reparos na escola, Cosme Patrício Pereira. Ainda em fevereiro, foi encaminhado à Secretaria de Estado da Educação (SEE) um relatório detalhado, com fotos, pedindo recursos para trocar a rede. “Estamos esperando, e nada. Não vimos outra maneira de resolver a não ser fazendo uma manifestação”, justifica a vice-diretora.

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